segunda-feira, 23 de maio de 2011

Farpas na Sessão da Câmara

Faço a cobertura e assisto as sessões da Câmara de Vereadores de Roque Gonzales há 14 anos e de todas não lembro de uma em que houveram tantos ataques como a deste dia 23 de maio.
Praticamente todos os edis promoveram algum tipo de ataque aos seus pares. Ficou ao largo disso o presidente Aristeu Machry. Os vereadores José Alfredo Kupske e Justino de Souza apenas defenderam-se de um possível nepotismo cruzado.

Coisas do presente e do passado foram levadas à tribuna a fim de fazer algum tipo de acusação para com o outro  que deveria ser visto como companheiro de batalha comum e não como um combatente em uma arena.
Veio a tona muita coisa, desde uma suposta falta de fiscalização, quando poderia ter feito, passando por ofensas proferidas depois da última sessão extraordinária, até o episódio dos ovos jogados em vereadores em sessão lá de meados dos anos 90.

E as acusações foram se seguindo num efeito cascata.  Desde os primeiros pronunciamentos buscou-se não poupar o adversário.
O pico de tal embate ocorreu entre os otilienses Ana Terra e Paulo Justen.  Destes partiram a maior parte das trocas de farpas. Cada um buscando argumentos a fim de diminuir a atuação legislativa do outro.
E outros entraram no jogo, seja para defesa ou aumento de acusações.

Juarez Barbosa se sentiu ofendido por João Kercher que supostamente teria ofendido a bancada do PMDB depois da sessão extraordinária do dia 9 de maio. Segundo Barbosa, Kercher teria chamado os quatro peemedebistas de “vereadorzinhos”.  Kercher diz não lembrar o motivo de tal atitude, mas provavelmente tenha sido no calor das discussões e que muito provavelmente teria sido induzido a cometer tal ato.

Pedro Harttmann disse que a legislatura atual estava virando um parque de diversões, tudo em decorrência do projeto em que fora encaminhado à Casa com erro por parte do executivo municipal.
Kercher disse que em quatro legislaturas já vividas, nunca houvera uma sessão tão degradante quanto à sessão extraordinária do dia 9 de maio, pois após seu término, pelo menos um servidor público lhe foi ofensivo.
Harttmann, por conta disso, lembrou do episódio dos ovos, sendo retrucado por Kercher que sustentou que os vereadores da época foram “ovocionados” pela negativa de aprovação de projeto para asfaltar a cidade e construir uma creche no Bairro Santo Antônio.
Com a palavra de volta, Harttmann disse que a negativa foi em decorrência de que os vereadores queriam antes do asfaltamento a troca do sistema de distribuição de água. 

Entre tantas outras coisas, o vereador Antônio Both, ao final da sessão, tocou em um tema preocupante e polêmico.  Disse que dos seis vereadores que foram à Porto Alegre durante a realização do Congresso de Vereadores Missioneiros, somente ele e Harttmann participaram do evento, sendo que os demais teriam participado de eventos paralelos.
À época, a Câmara havia informado que seis vereadores, mais o auxiliar legislativo, teriam se deslocado para participar do Congresso tão somente.
Com relação à diárias, Both disse que teve vereador do partido da situação atual (PP) que foi em curso em Santa Catarina e que para ele seria desnecessário, quando foi lembrado por Paulo Justen que no passado, vereadores do PMDB foram em curso em Foz do Iguaçú.

São fatos que raramente ocorrem nas sessões daqui, mas fazem parte de uma democracia e que, nem sempre só se ouve o que se quer (parlamentares e platéia).

O importante é que são coisas do momento e que ficam só lá dentro. Depois, cada um continua com suas atividades normais...

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