quinta-feira, 16 de julho de 2009

Companheiro Collor

Quando a ética e a moral fogem ao controle, resta chorar, muitas vezes por vergonha do que se ouve e se vê no mundo da política de interesses.
No último dia 14 de julho, durante visita ao Estado de Alagoas, o presidente Lula da Silva fez rasgados elogios ao BOM COMPORTAMENTO do senador Fernando Collor de Melo e à AJUDA QUE DÁ AO GOVERNO.
Lula fez questão de dizer que Collor (e também Renan Calheiros) dá sustentação aos trabalhos do governo no Senado.
Lula chegou, inclusive, a se comparar a Collor, ao destacar a imensa popularidade que ostenta entre os nordestinos.
Embora não ocorra abertamente, o presidente Lula trabalha para que Collor seja eleito o próximo governador de Alagoas.

Lula e Collor no palanque em Alagoas: inseparáveis nos interesses.

Tudo isso não seria nada anormal, não fosse as relações passadas entre Lula e Collor.
Em 1993, por exemplo, à época do impeachment do então presidente Collor, Lula deu a seguinte resposta ao ser questionado pelo jornalista Milton Neves, se ele (Lula) tem pena de Fernando Collor de Mello:
“Tenho! Não é que eu tenho (?) pena... como ser humano (?) eu acho que uma pessoa que teve a oportunidade que aquele cidadão teve de fazê (?) alguma coisa de bem (?) para o Brasil, um homem que tinha respaldo da grande maioria do povo brasileiro, ou seja, que ao invés de construir um governo, construiu uma quadrilha como ele construiu, me dá pena porque deve haver qualquer sintoma de debilidade no funcionamento do cérebro do Collor, efetivamente eu fico com pena, porque eu acho que o povo brasileiro esperava que essa pessoa pudesse, pelo menos, conduzir o País, se não à soluções definitivas (?), pelo menos à indícios de soluções para os graves problemas que nós vivemos. Lamentavelmente a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção, fez com que o Collor jogasse um sonho de milhões e milhões de brasileiros por terra.
Mas, de qualquer forma, eu acho que foi uma grande lição que o povo brasileiro aprendeu e eu espero que o povo brasileiro (4ª vez), em outras eleições escolha pessoas que, pelo menos eles (?) conheçam (?) o passado político.”
ENTÃO TÁ... SE É ASSIM, TÁ ÓTIMO!



Para recordar: Lula nos anos 90, procurava mecher com seus adversários e, no caso acima, com seu companheiro, também.

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