domingo, 1 de março de 2009

NL ENTREVISTA: MANINHA e ADÃO ELEGDA

Foi entre um chimarrão e outro e com uma temperatura de 10 graus, que encontrei o casal Cleonice Fenner Grutzmann e Adão Valdecir Elegda, ou simplesmente MANINHA & ADÃO em seu apartamento, ou como diz maninha, “apertamento” em Lisboa, Portugal.
A dupla roquegonzalense está na terrinha há um ano, completado no último dia 14 de fevereiro. Em Lisboa trabalham na Churrascaria Fogo de Chão que, não por acaso, é de um gaúcho de Nova Bréscia. De inicio quis saber como mantêm a tradição do chimarrão, principalmente com relação à aquisição de erva-mate. Adão revela que o produto é lavado por amigos, quando em férias por aqui e a conservação da erva se dá através do congelamento. “Assim, ela está sempre novinha”, diz.
Maninha e Adão foram levados até Portugal por um casal de amigo que já estavam trabalhando nesse país, sendo que nas férias o casal ao visitá-los em Roque Gonzáles os convidaram para trabalhar no país europeu.
Apesar de o emprego estar garantido, Maninha e Adão pensaram duas vezes antes de decidirem-se pela ida.
A oportunidade de conhecer o País e a tentação de receber em Euro foi o que mais pesou para a decisão final.
Na época, Maninha e Adão residiam em Porto Alegre, sendo que, antes, em Roque, Adão, morava na Esquina Fátima e Maninha, na Linha Portão.
Apesar de se sentirem em casa, devido ao fato de os colegas de trabalho serem todos brasileiros e boa parte gaúchos, sempre bate uma saudade de casa, diz o casal.
A língua, apesar de muito semelhante, tem algumas características próprias, mas não ao ponto de se cometer alguma gafe por não entenderem alguma palavra ou pensarem ser uma coisa e era outra, afirmam, dizendo que, antes de irem para lá, pesquisaram o significado de algumas palavras que poderiam ter um significado diferente do que no Brasil.
A tradição do chimarrão gaúcho eles levaram, mas o do uso da bombacha, não, já que Adão foi usar uma pela primeira vez lá em Portugal, pois esse e seu uniforme de trabalho.
Adão, em seu trabalho é churrasqueiro e “passador” o que equivale, por aqui, ao tradicional garçom e maninha, além de cozinheira, é expert em fazer caipirinha brasileira. A caipirinha brasileira faz muito sucesso por aqui, sendo muito elogiada pelos clientes, diz maninha, toda orgulhosa.
No chamado “apertamento”, o casal mora com outros dez colegas de trabalho.
Só não sai alguma festinha por lá, por que a vizinha de baixo não deixa, lamenta maninha.


Adão e maninha em seu local de trabalho, a Churrascaria Fogo de Chão.
Do Brasil e de Roque Gonzáles o casal acompanha as notícias via internet e pelo que seus pais lhes contam, através dos freqüentes contatos via MSN.
Da família e dos amigos é do que o casal mais sente saudade. Segundo constatação dos roquegonzalenses nada se compara com o Brasil, em relação ao calor humano, já que os portugueses são “frios” em seus relacionamentos. Aqui eles não gostam de festas e não mostram os dentes para ninguém. Falta o calor brasileiro, finalizam.
Trabalhando entre 11 e 13 horas por dia, Maninha e Adão não reclamam e confirmam que está valendo a pena qualquer sacrifício.
“O que levamos um ano para ganhar, trabalhando aqui, precisaríamos de, pelo menos três, no Brasil”, diz o casal.
Apesar disso, não pretendem permanecer por muito tempo em Portugal, pois lá é bom apenas para trabalhar. Não há tempo para o lazer.
Com relação à segurança, maninha e Adão se surpreendem com o baixo nível de violência. Os carros, por exemplo, podem ser deixados na rua e não são furtados, dizem.
Sem filhos, maninha e Adão em algumas das poucas horas de folga, fazem alguns passeios nas redondezas.
Dentre os lugares que conheceram, destaque para o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, o Castelo dos Mouros, o Palácio da Pena e a Cidade de Óbidos.

Maninha e Adão em Óbidos, uma pequena vila existente desde o século I, distante cerca de 70 quilômetros de Lisboa, rodeada por uma muralha e um castelo medieval, que, em 1282, foi doada pelo Rei Dom Dinis à sua esposa, a Rainha Isabel de Aragão O casal no Castelo da Vila de Óbidos.

Maninha no Castelo dos Mouros, também em Sintra, Construído pelos mouros, provavelmente no século VIII . Está implantado em dois cumes da Serra, circundado de muralhas e diversas torres.
Maninha e Adão no interior do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, local das aparições de Fátima aos três camponeses, Lúcia, Francisco e Jacinta, em 1917.

Nenhum comentário: