sábado, 19 de novembro de 2011

Um Urutau Lá Em Casa

Ouvia falar, mas não conhecia.
E numa tarde em que chimarreavamos por um acaso percebemos aquele que deveria ser o lendário e místico URUTAU.
Encravado na ponta de um toco de uma árvore alí estava o "camaleão dos ares" a nossa vista.
O urutau - em tupi guarani: guyra (ave) e taú (fantasma) - não se deixa perceber facilmente sendo um excelente camuflador a fim de não permitir a aproximação de seus predadores.
Provavelmente daqui a umas semanas teremos um urutauzinho a mais na beira do lago.

O urutau tem passado o tempo todo nessa posição, sem praticamente se mexer, por isso a dificuldade de visualizá-lo.

Pelo que se sabe, o Urutau não existe em grande quantidade e, por isso é quase desconhecido por parte da população.

À noite o pássaro canta melodia em lamento e sai para caçar, geralmente mariposas e borboletas. Somente dorme quando há completa segurança, para ele e, se houver, ovo em seu ninho.

A foto acima foi feita na manhã deste sábado, 19.

De uma certa forma a presença do Urutau vem compensar maravilhosamente a presença incomoda daqueles mosquitos do lago.

Que venham mais urutaus!

Um comentário:

Dionatan Pezzetta disse...

O Urutau é uma ave noturna que, quando a lua desponta, solta um grito triste e assustador. Sobre ele, conta-se uma curiosa lenda.

Numa humilde casinha do sertão, vivia com seus pais uma moça muito feia. Naturalmente, por causa disso, não conseguia arranjar um namorado. O tempo passava, suas amigas todas se casaram e ela continuava desprezada.

Mantendo ainda alguma esperança de que lhe surgisse um pretendente - pois, afinal, tinha suas qualidades: inteligente, trabalhadeira e boa cozinheira - adquiriu o hábito de sair à noite para passear pelos campos e bosques.

Certa vez, em um desses passeios, ouviu o tropel de um cavalo que se aproximava. O coração aos pulsos, imaginou que ali vinha o homem que se casaria com ela. Em poucos segundos viu descer de uma cavalo ricamente arreado, um belo e garboso cavaleiro, um príncipe que se aproximou e perguntou-lhe como podia chegar à estrada principal. A moça habilmente procurou cativar o príncipe pela gentileza e ofereceu-se para acompanhá-lo. Apesar de feia, era muito inteligente e foi fácil manter uma conversa agradável com o príncipe que, impressionado e não lhe percebendo a feiura, pois não havia luar, pediu-a em casamento. Mas infelizmente, sua felicidade durou pouco. A lua surgiu, iluminando o rosto da jovem. O príncipe, tomado de grande espanto, inventou uma desculpa para se afastar e se foi. A jovem, que de nada suspeitava, ficou esperando o seu regresso.

Muito tempo depois, uma feiticeira sua conhecida, ia passando e parou para conversar. A moça contou a ela o que acontecera e pediu para ser transformada numa ave e, assim, poder encontrar logo o príncipe. A feiticeira não queria, mas a jovem insistiu tanto que ela acabou concordando. Partiu, então, a jovem, transformada numa ave feia e desajeitada. Percorreu toda a região por várias vezes e nada de avistar o príncipe, que àquela altura, já estava bem longe.

Desolada, a ave - que era o urutau - procurou a bruxa e pediu para voltar à forma humana. Esta, porém nada pode fazer e a pobre teve que se conformar com seu destino de ave feia e triste. É por isso que, quando a lua aparece, o urutau solta aquele grito triste que parece dizer "foi, foi, foi", lembrando o príncipe que fugira da moça feia.