terça-feira, 20 de setembro de 2011

Destino da Água Não Interessa a Quem?

Discute-se faz algum tempo os destinos da concessão dos serviços de abastecimento de água em São Luiz Gonzaga (Uruguaiana já adiantou-se no tempo) e os debates se resumem muitas vezes a respeito da legalidade ou não de um processo licitatório; se ele está de acordo com as normas constitucionais ou não.



A preferência do Poder Público é pelo processo licitatório onde empresa privada poderá abocanhar a concessão.
Parte da população seduzida pelas forças políticas e sindicais ligadas à atual empresa detentora da concessão (Corsan) já se manifestou contra a abertura desse processo licitatório, como se fosse algo nefasto e prejudicial à população – que é quem paga a conta.

A grande parte da massa populacional, no entanto, está fora da discussão, possivelmente por não ter oportunidade de se manifestar como tem os sindicatos e os políticos. Aliás, alguns políticos, de olho nas eleições do ano que vem, já se atrevem a dizer ser contra isso ou aquilo, não por convicção, mas para ficar ao lado de algumas das forças mais expressivas no processo.

O que se tem ouvido e lido é que não se pode “privatizar a água”, um engano rotundo de pensamento, já que isso não está em discussão e nem pode estar.  A Constituição Federal afasta essa possibilidade.
Quando se fala em privatizar a água está se tentando enganar a população menos esclarecida.

O que pode acontecer é conceder a exploração dela ao setor privado, o que é muito diferente.  A água, nessa situação, continuará sendo como sempre foi e será: pública, universal, de todos.

O que está em jogo então nesses embates?
Primordialmente a manutenção de cargos, poderes, favores...
Com a saída de empresa pública na administração de bens e serviços perdem-se cargos, poderes, favores e, naturalmente há o enfraquecimento de sindicatos.

Não há de se pensar que quem está preocupado como uma falsa “privatização” está de fato sensibilizado unicamente com isso, mas sim com seus cargos e poderes.

Quanto a questão de que poderá haver a necessidade de se indenizar a atual empresa concessionária pela infraestrutura já disponibilizada, isso deve ficar claro para que no futuro não haja surpresas nem prejuízos.

O ideal nisso tudo é uma saída menos traumática para as partes envolvidas, mas, ao que parece, isso não  vai acontecer.

Disso tudo, a esperança é que a população seja atendida de forma eficaz por quem quer que venha a administrar o serviço.

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