sábado, 8 de outubro de 2011

Música ao pai

No último dia 14 de setembro, dentro da programação farroupilha do CTG Sentinelas da Cascata, em Roque Gonzales, um momento de lembrança e emoção fez-se acontecer.
A apresentação de uma composição feita em homenagem e memória de um cidadão roquegonzalense,
A canção, em primeira mão, foi entoada por um de seus filhos, Paulo Reichert, que ganhou a letra da professora Noeli Nedel e, fez alguns ajustes e musicou.
A letra, muito bem feita ficou muito bem interpretada.
Para quem ainda não a conheçe, segue a letra.


Paulo musicou o presente.


Noeli Nedel é co-autora da letra.
 Meu Pai e o Moinho d’água

Noeli Nedel e Paulo Reichert


Só depois de quase terminada a vida,
o meu pai percebeu que na dura lida
tinha vencido tantos empecilhos.
Sabiamente, em sua inspiração pessoal,
construíra um moinho, coisa rara e sem igual,
para auxiliar no sustento de tantos filhos.


Movido a água que vinha de um açude
correndo por um canal de madeira rude
lá derramava, fazendo a roda girar.
Numa constante descoberta de prazer
meu pai passou a sua vida a viver
na riqueza que só o desapego sabe dar.


Do moinho, hoje só restam lembranças


Meu pai falava, em sua serenidade,
antes de partir pra eternidade:
- Oh, meu moinho, hei ouvir-te majestoso
guiando meus passos para a o além,
onde hei de colher o que fiz de bem,
e onde Deus há de ninar-me em meu repouso;


Dizia meu pai:
- Não vou partir triste, amei o mistério no qual o viver consiste,
e sei que cumpri a minha missão
Fui pai, fui amigo, um homem correto,
lutei pelos meus, dei amor e um teto
amei minha vida, cultivei e amei meu chão.


Do moinho, hoje só restam lembranças
Do meu pai, sobraram mil esperanças


Além do sol, que a cada dia se põe,
este mesmo sol que nunca se opõe
a iluminar com sua luz a humanidade,
Além da minha visão limitada, meu pai, tenho a certeza cravada,
que agora, pra a minha felicidade,
Estás com as mãos em forma de leque,
aplaudindo este menino-cantor-moleque
a quem tu, como um bom genitor,
Ensinaste o dó, ré, mi, fá, sol, lá, si,
pra que um dia, junto às águas do Ijuí,
no tear do tempo, eu demonstrasse o meu valor.


Do moinho, hoje só restam lembranças
Do meu pai, sobraram mil esperanças,
De um reencontro em outra vida, em outro plano
Onde o adeus já não tenha mais que ser dito
E onde o viver seja sinônimo de infinito
Sem mais contagem de dias, meses ou anos.

Parabens à Noeli e ao Paulo!
MEREÇE GRAVAÇÃO!

Nenhum comentário: