Nesta semana encerra o período para que os partidos políticos façam suas convenções com vistas a definir seus candidatos ao pleito municipal que ocorre dia 7 de outubro, em primeiro turno.
Antigamente – para muitos era um bom tempo – havia distintamente posições políticas partidárias bem definidas com poucos partidos e os que existiam tinham bem definidos seus aspectos de direita e esquerda.
Na década de 70 e 80, por exemplo, as pessoas ou eram do MDB (então esquerda) ou ARENA (extrema direita). Com o fim do bipartidarismo, começou a festa e o carnaval de partidos se instalou. Hoje são dezenas deles, a grande maioria sem nenhuma identidade específica que possa ser identificado como um partido de direita ou de esquerda, socialista ou liberal, democrático ou autocrático.
Hoje, e isso vai ser colocado em prática nas convenções, o que vale é o interesse pessoal e as vantagens que cada partido vai ter em mandatos futuros. Não se coliga por convicção ou por ideologia, mas sim pelo que cada partido e seus integrantes vão conquistar com vagas nas administrações; quais participações vão ter; quais benefícios seus integrantes poderão obter.
Não interessa, no final, se o candidato eleito, de fato, é o melhor nome e o mais competente, para o município. Tanto é verdade que nem sempre os melhores nomes são os escolhidos nas convenções. São escolhidos, sim, aqueles que podem arrebanhar um maior número de votos para que O PARTIDO vença a eleição.
Não se admitia – ou pelo menos não se imaginava - algum tempo atrás uma coligação entre PP (sucessor da ARENA) e PMDB (sucessor do MDB) e muito menos de qualquer dos partidos existentes com o PT, que surgiu para combater a todos e a tudo de “mal” que havia no Brasil.
Com a conquista da presidência do País pelo PT, todas as convicções caíram por terra e o próprio partido de lutas contra a ditadura, hoje, tem como aliados boa parte daqueles partidos que condenava e tachava como demoníacos.
O melhor exemplo das aproximações estapafúrdias ocorreu recentemente em São Paulo, onde o ex- presidente Lula mostrou seu afago por Maluf.
Assim, não há de se esperar nada diferente nos municípios e é por isso que a salada de frutas partidária se instala.
E o povo?
Há... esse não interessa.
O que Vale é o Vale-Tudo!